O Brasil tem o mar como uma forte referência em todo o seu desenvolvimento. É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem as atividades pesqueiras, o comércio exterior e a exploração de recursos biológicos e minerais. A imensa riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho nesse território justifica seu nome: Amazônia Azul. Saiba mais sobre a Amazônia Azul.
A Amazônia Azul cobre uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. Mas o país pleiteia na Organização das Nações Unidas (ONU) a ampliação dessas fronteiras para os limites da Plataforma Continental, o que deve elevar a área marítima para cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados – o equivalente à metade do território terrestre brasileiro.
Para proteger esse patrimônio natural e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. Parte essencial desse investimento é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). A Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 2008, estabeleceu que o Brasil tivesse "força naval de envergadura", incluindo submarinos com propulsão nuclear. Neste mesmo ano, foi firmado um acordo de transferência de tecnologia entre Brasil e França. O programa viabilizará a produção de quatro submarinos convencionais, que se somarão à frota de cinco submarinos já existentes. E culminará na fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Os quatro submarinos convencionais brasileiros já começaram a ser construídos e estarão prontos até o final de 2022. O primeiro deles será o Riachuelo (S-40). Depois virão o Humaitá (S-41) em 2020, o Tonelero (S-42) em 2021 e o Angostura (S-43) em 2022. Por fim, a Marinha construirá o primeiro Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), que será batizado de "Álvaro Alberto", uma homenagem ao Almirante Brasileiro que foi o pioneiro no uso da tecnologia nuclear no País.
Transferência de tecnologia
O acordo entre o Brasil e a França para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) tem três premissas básicas: transferência de tecnologia, nacionalização de equipamentos e sistemas e capacitação de pessoal. A transferência tecnológica se dá nas áreas de projeto e construção de submarinos e infraestrutura industrial.
A transferência de tecnologia para construção dos submarinos convencionais-S-BR está ocorrendo desde 2010, na cidade de Cherbourg, na França, onde já foram qualificados mais de 250 engenheiros e técnicos da Marinha, NUCLEP e Itaguaí Construções Navais (ICN), de diversos níveis e especialidades. O processo de transferência de tecnologia continua em andamento no Brasil, com as atividades de consultoria técnica durante a realização do projeto de detalhamento da parte modificada do submarino convencional.
Os submarinos convencionais, com propulsão diesel elétrica, necessitam se posicionar próximo à superfície do mar para aspirar o ar atmosférico em determinados intervalos de tempo. Esse procedimento é necessário para permitir o funcionamento dos motores diesel e renovação do ar ambiente.
A capacidade de se ocultar e surpreender é justamente o que faz do submarino uma grande opção nos conflitos navais. Sem dúvida alguma, o submarino, como elemento surpresa, é uma poderosa arma de guerra. Uma de suas principais tarefas é negar ao inimigo o uso do mar. Portanto, é fundamental para garantir a proteção da Amazônia Azul.
Um dos aspectos mais notáveis do PROSUB diz respeito ao arrasto tecnológico a ser vivido pelo País, em função da transferência de tecnologia, que garantirá ao Brasil a capacidade de projetar, construir, operar e manter seus próprios submarinos convencionais e com propulsão nuclear.
A concretização do programa fortalecerá, ainda, diversos setores industriais nacionais de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do País. Priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil para os submarinos, o PROSUB fomenta o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa, que engloba os setores de eletrônica, mecânica (fina e pesada), eletromecânica, química e da Indústria Naval Brasileira.
A participação das universidades, dos institutos de pesquisas e da indústria nacional na execução das atividades do PROSUB assegura a disseminação do conhecimento no País.
As principais tecnologias envolvidas no PROSUB tem utilização dual, podendo ser usadas em outras áreas da indústria. Merecem destaque: o projeto e construção de uma infraestrutura industrial de construção naval moderna; o complexo projeto do SN-BR, que envolve diversas áreas de engenharia; técnicas modernas de construção naval; desenvolvimento de sistemas de controle integrado; nacionalização de equipamentos e sistemas; desenvolvimento de laboratórios de ensaios e testes para diversas aplicações; projeto e construção de uma planta de propulsão nuclear; integração de sistemas; definição de novas regras para licenciamento nuclear e aprimoramento de processos e ferramentas de gestão de projetos complexos.
Para proteger a Amazônia Azul e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. Parte essencial desse investimento é o PROSUB.
Comprimento do Submarino Riachuelo, com 6m de diâmetro.
Peso total, com propulsão diesel-elétrica. Armamento: torpedo.
Tripulação do Submarino.
Autonomia no Mar, com capacidade de 300m de submersão
- Maio de 2010 - teve início nas instalações da DCNS, na França, a construção dos submarinos convencionais S-BR, com o corte da primeira chapa de aço do casco resistente para as seções S3 e S4 que compõem a parte de vante do S-BR1. Este evento representa o começo da capacitação dos engenheiros e técnicos da Marinha, NUCLEP e Itaguaí Construções Navais (ICN), como parte do processo da transferência de tecnologia para a construção dos submarinos.
- Setembro de 2010 - em paralelo ao início da construção das seções S3 e S4, teve início, em Toulon, sul da França, o treinamento para engenheiros da Marinha sobre a política de manutenção dos submarinos S-BR, assistência técnica e a transferência de tecnologia, principalmente por meio de on-the-job training, do Sistema Sonar e do Sistema de Combate.
- Fevereiro de 2011 - foi entregue à ICN o primeiro lote de materiais necessários à fabricação da “Seção de Qualificação”, utilizados nas etapas de qualificação do corpo técnico da Marinha nas instalações da NUCLEP. Esse evento foi de grande importância, pois representou o processo inicial de recebimento e transporte dos lotes de materiais para a construção dos novos submarinos, compreendendo a preparação, inspeção técnica, conferência, aceitação final e embarque.
- Julho de 2011 - no Brasil, a construção dos submarinos convencionais teve início em 16 de julho com o corte da primeira chapa de aço para a “Seção de Qualificação” na NUCLEP. O passo seguinte foi a fabricação das cavernas (reforços estruturais da estrutura do casco) e das seções do casco resistente; a fabricação das estruturas internas (tanques, suportes e tubulações), que estão sendo executadas na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas(UFEM), assim como, a equipagem das seções fabricadas na França.
- Junho de 2013 - as seções S3 e S4 do submarino Riachuelo, fabricadas na França com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros, em treinamento, chegaram na UFEM. No Brasil, a fabricação na NUCLEP das demais seções iniciou-se em abril de 2012, com o corte da primeira chapa, e terminou em 2015.
- Fevereiro de 2018 - todas as seções do S-BR1 (Riachuelo) seguem para o Estaleiro de Construção onde são unidas e integradas.
- Dezembro de 2018 - no dia 5 de dezembro, no Complexo Naval de Itaguaí-RJ, o S-BR1 (Riachuelo) foi movimentado do Estaleiro de Construção para o shiplift, elevador de navios que será responsável pelo lançamento da embarcação ao mar, no dia 14 deste mês.