A ESTAÇÃO
O Programa Antártico Brasileiro - PROANTAR completou 32 anos em janeiro de 2014. Ao longo desse período, permitiu a formação de centenas de cientistas e um vasto acervo de estudos em diversas áreas do conhecimento. A presença brasileira na Antártica culminou, em 12 de setembro de 1983, com a inclusão do País no seleto grupo de Membros Consultivos, colocando-o em posição privilegiada no cenário global e em condições de participar ativamente das importantes decisões sobre o futuro do Continente Gelado.
Nas suas três décadas, o PROANTAR pôde realizar uma média anual de vinte projetos de pesquisas nas áreas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura, além de permitir à Marinha do Brasil, com o apoio da Força Aérea Brasileira, realizar uma das maiores operações de apoio logístico, em termos de complexidade e distância.
A Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) criada em 6 de fevereiro de 1984, localizada na Península Keller, no interior da Baia do Almirantado, Ilha Rei George, após 28 anos apoiando a comunidade científica, sofreu, na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, um incêndio que afetou 70% de suas instalações. Permaneceram intactos os refúgios (módulos isolados para casos de emergência); os laboratórios de meteorologia, de química e de estudo da alta atmosfera; os tanques de combustíveis; dois módulos de captação de água doce; a Estação Rádio de Emergência e o heliponto, que são estruturas isoladas da principal.
Apesar do incidente, as pesquisas científicas prosseguiram com os recursos disponíveis, o NPo ”Almirante Maximiano”, NapOc “Ary Rongel” e os laboratórios que não foram afetados pelo incidente. Além disso, a comunidade científica nacional, amparada pelas manifestações de solidariedade enviadas por instituições de outros países com os quais o Brasil tem sólida cooperação na Antártica, procurou parcerias com o fito de desenvolver atividades conjuntas, bem como utilizar suas estações antárticas, durante o tempo de reconstrução da EACF.
Iniciada no dia 6 de outubro de 2012, a Operação Antártica XXXI foi considerada como a Operação mais complexa já realizada na região Antártica pelo Brasil, em razão dos aspectos logísticos e operacionais que envolveram elevado número de recursos humanos e meios materiais.
Durante a OPERANTAR XXXI, o PROANTAR retirou todos os escombros e resíduos da EACF, efetuou a montagem dos Módulos Antárticos Emergenciais, que servirá para apoio das atividades enquanto a futura Estação estiver em construção, e, ainda, em conjunto com a comunidade científica, concebeu uma nova Estação Antártica com instalações modernas e adequadas às demandas científicas para os próximos anos, à altura da sexta economia do mundo, posição hoje ocupada pelo Brasil.
Com o objetivo de garantir a preservação ambiental na Antártica, cumprindo as regras contidas no Protocolo de Madri, o PROANTAR adotou uma série de diretrizes e ações preventivas. Todas as atividades desenvolvidas na remoção dos escombros foram realizadas sob a supervisão de representantes do Ministério do Meio Ambiente e de inspetores de outros países, além de todos os resíduos gerados pelo incêndio, num total de cerca de 900 toneladas coletadas seletivamente, foram trazidos ao Brasil.