OPERANTAR
Hanna Point, na Ilha Livingston
Crédito: Cesar Amaral
O Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” (H44), subordinado ao Grupamento de Navios Hidroceanográficos, em continuidade à 40ª Operação Antártica (OPERANTAR XL), apoiou os projetos de pesquisa científica em diversos pontos nas Ilhas Deception, Livingston, Robert I, Nelson, Potter e Penguin, entre os dias 22 a 25 de novembro, durante a 1ª fase da missão.
A expedição científica iniciou com o desembarque dos projetos Bryoantar, FioAntar e TerrAntar na Ilha Deception, situada a noroeste da península antártica. A localidade é considerada o principal vulcão ativo da bacia do estreito de Bransfield. Inclusive, todas as atividades de marcha foram desempenhadas com auxílio dos montanhistas. No apoio aos projetos científicos, teve a participação do professor Tássio Moreira integrante do projeto TerrAntar-UFV, que realizou coleta de dados, manutenção e instalação de painéis solares em estações de monitoramento térmico-hídrico dos solos das ilhas Antárticas. Algumas estações foram encontradas sem energia e avariadas devido às condições climáticas intensas e ao longo tempo sem manutenção. Na Ilha Deception, a última manutenção foi realizada em 2016, mas, graças ao apoio logístico do H-44, os cincos anos sem manutenção foram superados. Foram dias de trabalho intenso com movimentação de aproximadamente 400 quilos de material em bote e trechos percorridos em terra de até 4 quilômetros.
Manutenção da rede de monitoramento térmico-hídrico do solo e do ar, na ilha Deception
O professor Fábio Bones, componente do projeto Bryoantar, destacou a importância da participação do Brasil no estudo das áreas antárticas protegidas, como é o caso da Ilha Deception, pois aumenta nossa compreensão sobre esse ecossistema tão único pelas suas características e coloca o Brasil em destaque ao atender aos compromissos junto ao Tratado Antártico, expandindo assim o conhecimento e também a atuação do País no tema do meio ambiente polar (Protocolo de Madrid).
Pesquisador do projeto Bryoantar coletando amostras de materiais, na ilha Deception
Crédito: Edson Vandeira
No segundo dia da expedição, o Navio demandou rumo à Ilha Livingston, considerada a segunda maior das Ilhas Shetland do Sul, no Continente Austral. Na ocasião, o professor Lucas Moreira, membro do projeto FioAntar, estudou a biodiversidade de microrganismos que vivem na Antártica. O estudo avalia a presença destes seres microscópicos nos ambientes mais diversos e inóspitos do continente, com o propósito de investigar de forma integral o potencial patogênico, a capacidade de produção de biomoléculas e a relação destes com as mais diversas alterações do ecossistema Antártico. Desta forma, o projeto desenvolve estudos de saúde pautados no conceito “One Health”, integrando as avaliações de saúde humana, animal e o meio ambiente.
Pesquisador do projeto FioAntar coletando amostras de materiais em Hanne Point, na ilha Livingston | Pesquisador do projeto TerrAntar em Byers, na ilha Livingston |
Dando sequência ao cronograma de atividades da Operação Antártica XL, o Navio, em seu terceiro dia, visitou às Ilhas de Robert I, Nelson e Ilha Porter, logrando êxito no desembarque dos pesquisadores em cinco coordenadas geográficas distintas.
Pesquisador do projeto TerrAntar realizando manutenção de pontos instalados, na ilha Robert I | |
---|---|
Navio Ary Rongel fundeado na Enseada Potter aguardando retorno dos pesquisadores e montanhistas | Pesquisador do projeto TerrAntar realizando instalação de pontos, na ilha Nelson |
Em seu último dia, o Gigante Vermelho, como é apelidado carinhosamente, zarpou com destino à Ilha Penguin situada fora da costa sul da Ilha Rei George. O projeto FioAntar desembarcou no local para realizar coletas de amostras nas Pinguineiras, e também em Kroner Lake. As atividades científicas envolvem profissionais provenientes de diversas instituições renomadas de ensino e pesquisa no País, que desenvolvem trabalhos utilizando o Navio como plataforma para coleta de dados.
A Ilha Penguin
Crédito: Cesar Amaral
Pesquisador realizando coleta na Ilha Penguin
Crédito: Cesar Amaral