13 de Dezembro
Dia do Marinheiro

Ordem do Dia do Comandante da Marinha

BRASÍLIA, DF.
Em 13 de dezembro de 2024.

ORDEM DO DIA Nº 6/2024

Assunto: Dia do Marinheiro


“Do mar viemos, e dele dependemos.”

Assertiva atemporal, remete à origem e destino de Nações, cuja vocação marítima determina seus desígnios. Fulcro de descobertas e epopeias que moldaram civilizações, o MAR, fator diferenciador no processo de evolução da humanidade, possibilitou aos Países a consolidação de progresso, prosperidade e projeção político-estratégica.

Para o Brasil, não se delineou de forma distinta. Desvelado pelas grandes navegações, mantém vínculo que transcende o aspecto geográfico; integra, sobretudo, a identidade de uma Nação intimamente vocacionada às “Coisas do Mar”. As águas que o abarcam figuram berço da história e fonte inesgotável de recursos vitais à pujança econômica; ademais, despontam como vetor de aspirações estratégicas e protagonismo geopolítico.

Sobressai, nesse contexto, símbolo incontroverso da identidade marítima brasileira, Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, materialidade de bravura e abnegação na defesa dos interesses do Estado. Nascido em 13 de dezembro de 1807, ascendeu ao ofício de “Homem do Mar” aos 15 anos, período em que o Brasil se consolidava como Estado soberano. Seu batismo de fogo, que marcou exímia singradura como herói nacional nas águas do Rio da Prata, durante a Guerra da Cisplatina, revelou o prenúncio de sucessivos episódios que eternizariam seu nome nas páginas indeléveis da história.

A despeito de longeva e distinguida carreira, o comprometimento, resiliência e simplicidade, manifestos nas derradeiras palavras, ao denominar-se “Velho Marinheiro”, traduzem exemplo de dignidade e altruísmo. Virtudes que, afora de perpetuar legado para gerações de Marinheiros, Fuzileiros Navais e Servidores Civis, reafirmam inestimável valor de uma vida dedicada à “Pátria amada, Brasil”.

Ao esmiuçar o emprego da Força Naval no passado, suscita-se a reflexão acerca das necessidades prementes e dos desafios que se perfilam no porvir. Instituição de Estado, de natureza nacional, permanente e regular, a Marinha do Brasil, alicerçada nos princípios consagrados pela Constituição Federal e com ações pautadas pela estrita observância de valores éticos e plena transparência, cumpre a missão precípua e indelegável de Defesa da Pátria e da garantia dos Poderes Constitucionais. Caracteriza-se, portanto, desmedido patrimônio, fundamental para a estabilidade e salvaguarda da soberania do Estado, em sintonia com os anseios da sociedade.

Diante de uma conjuntura adversa, a Marinha do Brasil, com criteriosa alocação dos recursos disponíveis, credita no capital humano o fundamento essencial para o cumprimento de suas atribuições, assim como para a obtenção e manutenção de capacidades requeridas.

O ímpeto, que perdura na conduta exemplar do Almirante Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil e Herói da Pátria, fulgura na superação de obstáculos, inspirando homens e mulheres, na atualidade. Herança imaterial, que cultiva moralidade elevada e discernimento indispensável para enfrentar os infortúnios, revela o que há de mais sublime na Força Naval: o espírito marinheiro, a crença na Instituição e o amor à Pátria.

Momento solene, sustentado por valores tão caros aos “Homens do Mar”, reitero os mais elevados protestos de reconhecimento e apreço aos agraciados com a Medalha Mérito Tamandaré. Honraria, destinada àqueles que demonstraram notável contribuição à Instituição; encerra, em essência, o espírito indômito do “Velho Marinheiro”, cuja iniciativa e liderança ressoam na alma daqueles que destinam a vida ao bem comum.

Assim, pertinente mencionar que, não obstante as adversidades que o MAR impõe àqueles que nele singram, a Marinha do Brasil persistirá em navegação venturosa, com os mares que vierem, preservando a camaradagem, destacado espírito de sacrifício e zelo.

Auguro que os militares e servidores mantenham proa firme, inspirando-se nos exemplos de Joaquim Marques Lisboa, cuja inabalável coragem e devoção ao ofício imortalizaram-se na memorável asserção: “Sou Marinheiro e outra coisa não quero ser!”.

“Na vanguarda que é honra e dever.”

Tudo pela Pátria e pela “Invicta Marinha de Tamandaré”!


MARCOS SAMPAIO OLSEN
Almirante de Esquadra
Comandante da Marinha




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