Page 12 - Livro - A Construção Naval Militar no Brasil
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produziu as bem armadas e equipadas Fragatas “União” e “Independência”, as Corvetas
das classes “Inhaúma” e “Barroso” e os submarinos classes “Tupi” e “Tikuna”, além de
muitos outros navios militares.
Ao passarmos em revista a história da Construção Naval Militar brasileira, vemos muito
nitidamente o quanto ela está atrelada à profícua e secular atuação do AMRJ, que é muito
digna da nossa reverência, ainda que reconheçamos que tenha atravessado momentos
diversos, ora apogeu, ora estagnação, muito bem descritos pelo Almirante Elcio de Sá
Freitas, em seu livro “A busca de grandeza: Marinha, Tecnologia, Desenvolvimento e
Defesa”. E, aqui, abro um parêntese para manifestar o grande orgulho que tenho por ter
iniciado minha vida na Marinha testemunhando essa bela trajetória em um dos seus
melhores momentos, na condição de aluno das escolas técnicas do AMRJ na década
de 1970.
Outro aspecto a se reconhecer é a longa tradição de pioneirismo, competência,
perseverança e dedicação da nossa Engenharia Naval Militar e dos patriotas profissionais
brasileiros - militares e civis, engenheiros, técnicos e operários - que produziram, com
suor e talento, cerca de uma centena de navios para a Marinha do Brasil, ao longo dos
últimos 200 anos.
A importância do mar para a sobrevivência e prosperidade do Brasil não nos permite
prescindir de meios navais em quantidade e com capacidades que permitam ao País
o pleno exercício da sua soberania em suas águas jurisdicionais. E, diante dessa
constatação, nunca é demais lembrar do alerta do ilustre jurista e diplomata baiano
Rui Barbosa, de que “Esquadras não se improvisam”.
Assim, a Construção Naval militar brasileira desponta como um importante ativo
estratégico, pois propicia à Nação maior independência na obtenção de meios navais
tão necessários à proteção, vigilância e defesa da nossa Amazônia Azul, esse imenso
mar de riquezas que pertence a todos os brasileiros.